Vivemos atualmente uma grande epidemia, a começar pelos
nossos governantes. Epidemia política, moral e social. E como se não bastasse
surgiu, “como uma praga do Egito”, o pernicioso mosquito da dengue,
contaminando a maioria das pessoas. Em meio a tantas doenças, podemos
considerar que mergulhar no mundo dos doentes é tomar um banho de experiência
humana, entre gemidos de dor, entre atitudes de revolta e aceitação, de
dúvidas, de fé e esperança.
É lá é que aprendemos a ser mais gente e apreciar o
valor da vida. Só podemos entender o mistério do sofrimento na vivência de Deus
e com Deus. Ele faz parte da vida humana. No entanto, precisamos fazer de tudo
para amenizar a dor do nosso irmão. Foi o que Jesus fez. Nunca questionou o
porquê das doenças, mas as enfrentou com amor.
Neste tempo onde há tantas
pessoas, sobretudo as mais carentes, nos corredores dos hospitais, ou em casa,
Jesus nos convida a lutar com Ele. O Cristão vê todo sofrimento através de
Jesus Cristo. Bem-aventurados os enfermos que sabem vivenciar suas doenças de
modo a reparar as próprias faltas. Assim, elas se tornam autênticos para-raios da humanidade ante a justiça divina. Eles realizam o que fala São Paulo:
“Eu que agora me alegro nos sofrimentos por vós, e que completo na minha carne
o que falta ao sofrimento de Cristo” (Colossenses 1, 24).
Certa vez, o Papa São
João Paulo II, na carta apostólica Salvific Doloris (O valor Salvífico da
Cruz), pediu a todos que sofrem que ajudassem uns aos outros a carregar a cruz
porque “o homem no seu sofrimento, permanece um mistério intangível.
Também o bispo Dom
José de Porto Alegre, após 72 dias de penosa estadia no hospital, escreveu:
“Meu irmão doente, ponhamo-nos sempre nas mãos de Deus para que Ele se sirva
de nossos sofrimentos para o bem de sua Igreja”.
De forma semelhante, François
Mauriat afirma com razão que “a doença é uma ciência difícil. Sem a graça
divina é impossível aprendê-la”. Somos finito e caminhamos para Deus, a
regeneração divina se dá progressivamente porque o Criador não força a
natureza, mas respeita a liberdade e a capacidade receptiva de cada um.
Assim,
sinais sensíveis e externos vão abrindo de fato a transformação sobrenatural da
criatura até atingir o ápice valioso da santificação.
Rezemos: “Sonda-me, ó
Deus, e conhece o meu coração! Prova-me e conhece os meus sentimentos! Vê se
não ando por um caminho fatal e conduze-me pelo caminho eterno”.
Que Jesus nos
ajude a caminhar sem perder a fé e a esperança, pois vencida as lutas desta
vida, nos aguarda um paraíso que jamais alguém imaginou. Fomos criados para a
felicidade eterna; essa é a promessa de Jesus que vive entre nós.
Juca
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