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domingo, 12 de fevereiro de 2017

Passado: reviver ou esquecer?

Por Paróquia São João Batista   Postado As  03:22   Sem Comentários

Sou extremamente grata a Deus pelo tempo presente e procuro vivenciar intensamente cada momento como uma dádiva do Pai para mim. Mesmo assim, sinto que que sou um ser que possui um passado que molda quem eu sou e como vivo o agora. Da mesma forma, o futuro, meus projetos e para onde caminho também influenciam o meu ser e minha atuação no presente.

O passado nunca é realmente passado porque é o alicerce de nossa vida. Tenho orgulho de minha infância, da educação que recebi de meus pais e professores, de minhas aprendizagens e do número de pessoas com as quais convivi ao longo dos anos. Tudo isso é parte de mim e me constitui como pessoa.
Por outro lado, meus tropeços, dificuldades e fracassos são tão constitutivos de minha personalidade como são minhas aprendizagens e vitórias, mas não posso ficar presa às memórias ruins porque elas impedem meu crescimento e o seguir adiante.

Como podemos, então, caminhar para o futuro, vivendo intensamente cada momento presente sem ficar amarrado aos sofrimentos do passado? Só há um caminho: fazer as pazes com todos que nos feriram, sejam essas pessoas vivas ou não.
Fazer as pazes significa aprender a olhar de uma forma diferente para os eventos negativos, atribuindo diferentes sentidos às experiências vividas. Tentar entender que as pessoas nem sempre quiseram nos magoar. Ou se quiseram, talvez o fizeram por serem elas mesmas quebradas por dentro. Talvez precisavam ainda mais de nosso amor e não sabiam como demonstrá-lo.

O perdão é chave da cura para toda ferida antiga. Talvez algumas coisas precisem ser colocadas para fora para serem curadas. Lembro-me de um episódio de minha infância quando eu e minha irmã Rita estávamos brincando perto de uma mina no sítio de meus pais. Ao passarmos por uma cerca de arme farpado, ela se apoiou em uma estaca que se quebrou e feriu gravemente sua perna. No hospital, foi feito curativo no ferimento que depois se cicatrizou, mas continuou a doer. Passados muitos anos, sua perna foi ferida no mesmo local e de lá saiu um pedaço de pau escuro, que havia ficado ali todo esse tempo. Depois disso, sarou por completo.

Você tem feridas antigas que, de vez em quando sangram? É possível conversar com quem o magoou e colocar para fora o espinho que está lá guardado? Do passado, vale a pena reviver só coisas boas! Se não dá para esquecer as ruins, dá para aprender a perdoar. Deus sempre concede essa graça aos que a pedem! Você saberá que perdoou quando as lembranças não doerem mais.
2016 ainda dói? Ficaram mal resolvidos em sua história de vida? Abra-se ao amor de Deus, que é especialista em curar feridas antigas! Deus não irá mudar seu passado, mas pode mudar a forma como você olha para ele, assim como a forma como ele influencia seu presente. Decida-se por caminhar sem amarras no ano novo! Seja feliz e livre!

Cida Zolnier

Sobre o autor

Paróquia de São João Batista - Viçosa - MG

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