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quarta-feira, 1 de março de 2017

Quaresma 2017: Mensagem do Papa Francisco

Por Paróquia São João Batista   Postado As  04:27   Sem Comentários


A Quaresma é uma estrada que leva a um destino seguro: a Páscoa de Ressurreição, a vitória de Cristo sobre a morte. O cristão é chamado a voltar-se para Deus “de todo o coração” (Jl 2, 12), não se contentando com uma vida medíocre, mas crescendo na amizade do Senhor. A Quaresma é o momento favorável para intensificarmos a vida espiritual através do jejum, oração e esmola. Na base de tudo isso está a Palavra de Deus, que somos convidados a ouvir e meditar com maior assiduidade neste tempo. Aqui queria deter-me, na parábola do homem rico e do pobre Lázaro (cf. Lc 16, 19-31).

 1. O outro é um dom: Na parábola, o pobre aparece descrito detalhadamente. Encontra-se à porta do rico na esperança de receber migalhas. Tem o corpo coberto de chagas, que os cães vêm lamber. O pobre se chama Lázaro, que significa “Deus ajuda”. Enquanto Lázaro é como que invisível para o rico, a nossos olhos parece familiar, possui um rosto. A Quaresma é um tempo propício para abrir a porta a cada necessitado e nele reconhecer o rosto de Cristo.

 2. O pecado nos cega: O rico não tem um nome. A sua opulência manifesta-se nas roupas de luxo exagerado e na exibição habitual: “Fazia todos os dias esplêndidos banquetes”. Sua ganância o faz vaidoso. A sua personalidade vive de aparências, que servem de máscara para o seu vazio interior. Para o homem corrompido pelo amor das riquezas, nada mais existe além do próprio eu. Assim o fruto do apego ao dinheiro é uma espécie de cegueira: o rico não vê o pobre esfomeado, chagado e prostrado na sua humilhação.

 3. A Palavra é um dom: Tanto o rico como o pobre morrem, e a parte principal da parábola desenrola-se no Além, onde os dois personagens descobrem que nada levaram do mundo (1 Tm 6, 7). No Além, o rico conversa com Abraão, a quem chama de “pai” (Lc 16, 24.27), mostrando fazer parte do povo de Deus. Esse detalhe torna ainda mais contraditória a sua vida, porque nela não havia lugar para Deus, sendo ele mesmo o seu único deus. Só nos tormentos do Além é que o rico reconhece Lázaro e lhe pede água. Abraão, porém, explica-lhe: “Recebeste os teus bens na vida, enquanto Lázaro recebeu somente males” (v. 25).

 No Além, restabelece-se uma certa equidade, e os males da vida são contrabalançados pelo bem. Mas a parábola continua e o rico, que ainda tem irmãos vivos, pede a Abraão que mande Lázaro avisá-los; mas Abraão respondeu: «Têm Moisés e os Profetas; que os ouçam» (v. 29). A raiz dos males do rico é não dar ouvidos à Palavra de Deus. Isso o levou a deixar de amar a Deus e, consequentemente, a desprezar o próximo. Amados irmãos e irmãs, rezemos uns pelos outros para que, participando na vitória de Cristo, saibamos abrir as nossas portas ao frágil e ao pobre. Então poderemos viver e testemunhar em plenitude a alegria da Páscoa.
 Papa Francisco

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Paróquia de São João Batista - Viçosa - MG

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