Em geral, preferimos não pensar na morte!
Apesar de sabermos que ela é um fato cotidiano,
preferimos não considerá-la como companheira
nossa, apenas dos outros.
Reagimos de todas as
formas contra essa realidade inevitável, porque a
vemos como inimiga da vida. Normalmente fazemos
o possível e o impossível para viver.
O instinto natural
para a vida é tão forte que até se chega a matar, ou
desejar a morte, para viver. Mesmo com toda a pretensão,
a humanidade sempre se viu incapaz diante
desse mistério. Ela, no entanto, é parte constituinte
da vida humana.
“Diante da morte, o enigma da condição humana
atinge seu ponto alto. Todas as conquistas da técnica,
ainda que utilíssimas, não conseguem acalmar a
angústia do homem” (Gaudium et Spes 250). Para o
escritor cubano José Martí, “a morte não é verdade,
quando se cumpre bem a obra da vida”. O que não
podemos fazer é nos iludir que o infinito caiba no
finito, que o eterno possa ser aprisionado no tempo.
Somos seres finitos carregados de desejos infinitos.
Meus irmãos, a coisa mais certa da vida é, um dia
vamos deixar este mundo, queiramos ou não. Pena
que o ser humano ainda não se conscientizou dessa
realidade. São Paulo nos ensina que a vida e a morte
andam de mãos dadas. Ou seja, “cada dia morremos
um pouco” (ICor 15, 31). Porém, este morrer tem que
ser acompanhado de um novo viver. Embora o nosso
físico vá se desfazendo, o nosso homem ou mulher
interior vai se renovando a cada dia (2 Cor 4, 16). O
que frustra uma vida humana e a tira do caminho da
esperança é o investimento no egoísmo. Este leva
a pessoa a implodir na infelicidade.
Não existe pior drama para o ser humano do que
guardar a vida para si. “Pois, quem guardar a vida
para si, vai perdê-la, mas quem a doar por causa
de Mim e do Evangelho vai salvá-la (Mc 8, 35)”.
Portanto amados leitores, creio ser importante, a
partir do vértice da vida, considerar o que é a morte,
observando onde e como estamos investindo nosso
viver e nossos dons. O investimento que nos eterniza
realmente é o amor. Segundo São João da Cruz:
“seremos julgados pelo amor”.
Que Deus nos ilumine e nos guarde.
Juca
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