No
livro “Fábulas sobre a difícil arte de administrar”, José Roberto Machado
conta-nos uma interessante história: “Era uma vez um campo de prisioneiros onde
os presos eram divididos em grupos e cada grupo ocupava uma cela, onde eram
acorrentados formando um círculo. No centro do círculo havia um grande
caldeirão com uma suculenta sopa, único alimento que lhes era oferecido. Como os
prisioneiros ficavam distantes do caldeirão, para se alimentarem usavam uma
colher com um comprido cabo.
O inconveniente é que a colher alcançava a sopa,
mas, por ser extremamente longa, não conseguia voltar e chegar até a boca dos
prisioneiros. Desespero: eles não podiam se alimentar, apesar de a comida estar
tão perto. O comandante do campo, certa vez foi fazer uma vistoria nas celas e
observou que a maioria dos prisioneiros estava magra e faminta. Entretanto, em
uma delas eles estavam fortes e bem alimentados. Seria um milagre ou algum guarda estava
libertando os presos na hora das refeições? Não era milagre.
Os prisioneiros
dessa cela aprenderam na prática o significado da palavra parceria e passaram a
alimentar quem estava a sua frente. Assim, todos enchiam a colher e todos comiam”.
O
autor conclui: “Parceria é, antes de tudo, uma atitude; uma forma inteligente
de oferecer para receber, com vantagens para todos. [...] Leva vantagem aquele
que compreende que a melhor situação é a que beneficia a todos. Na matemática
do mesquinho, quando um ganha, alguém perde. Na parceria, entretanto, todos
ganham e a situação é sempre saudável e duradoura”.
Para
sobreviver em sua situação extremamente difícil, os personagens dessa fábula
não fizeram nada mais do que colocar em prática o Provérbio 11, 17 que diz: que
“Quem faz o bem aos outros, a si mesmo o faz” ou Mateus 7, 12: “Em tudo, façam
aos outros o que vocês querem que eles lhes façam; pois esta é a Lei e os
Profetas".
Essa
história me lembra uma cerimônia de casamento quando o sacerdote perguntou a
cada um dos noivos: “você está se casando para ser feliz?” Ao que ambos
responderam “Sim, estou”, ele explicou: “Vocês devem se casar para fazer o
outro feliz”. Fazendo assim, não há como o casamento dar errado. Cada um fará o
melhor para agradar o outro. Mas se cada um se concentrar apenas na própria
felicidade, a parceria está predestinada ao fracasso.
Também
em nossos serviços pastorais, só alcançaremos realização se trabalharmos para o
bem-estar e crescimento comum. Se vamos à igreja para nos alimentar, sem nos
preocuparmos se o outro também está crescendo na fé, o alimento não nos
sustenta. Como diz minha mãe: “ninguém vai para o céu sozinho”, ou seja, a
salvação é questão de parceria; professando a nossa fé em Jesus Cristo, vivendo
a sua Palavra no amor e cuidado com o próximo teremos a recompensa divina.
Que
no ano novo, possamos estabelecer parcerias efetivas que nos ajudem a viver bem
e juntar tesouros no céu. Feliz 2018!
Cida Zolnier
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