Apesar de ser considerado um país abençoado,
pacífico, o Brasil é um país extremamente violento. Os
números assustam. Possuidor de 3% da população
mundial, nosso país é responsável por quase 13% dos
assassinatos que ocorrem em todo planeta. Em 2014
contabilizaram-se 59.627 mortes, sendo que em 58% dos
casos as vítimas são os jovens.
Essas cifras revelam que
no Brasil acontecem mais homicídios do que em diversos
países em guerra. De modo geral, a violência não
só transparece nas interações cotidianas. Ela permeia
também as instituições sociais, o mundo da cultura, da
política, economia, gerando exclusão e desigualdade
social e produzindo modos de vida violentos.
Atualmente, o público-alvo da violência no Brasil é
o mais amplo possível.
Entre as vítimas encontram-se
negros, índios, migrantes, imigrantes, jovens, crianças,
adolescentes, mulheres e homens, trabalhadores rurais,
povos tradicionais, policiais. As causas deste fenômeno
também são as mais diversas: racismo, xenofobia (violência
racial); homicídios, tráfico de drogas (violência
contra os jovens); abuso sexual, ataques verbais e físicos,
pobreza (violência doméstica); exploração sexual e
tráfico humano; disputa pela terra, água (violência contra
os trabalhadores rurais e povos tradicionais); narcotráfico;
intolerância e fanatismo religioso; corrupção e
violência no trânsito.
Enfim, a violência como sistema no Brasil não é um
fato pontual. Ela nos remonta ao período colonial de nossa
história onde se intensificou e perdura até hoje uma
sociedade altamente hierarquizada baseada em relações
de mando e subordinação. Diante desse quadro, cabe a
nós enquanto discípulos-missionários de Jesus Cristo
numa Igreja em saída lutarmos por uma sociedade mais
justa, fraterna e solidária, onde todos nós sejamos na
paz e no amor, irmãos uns dos outros.
Diácono Daniel Júnior dos Santos
Colaborador da Paróquia São João Batista - Viçosa
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