Ao descobrir-se em sua relação essencial com o tempo, o homem de hoje – como o da Bíblia e o das grandes tradições religiosas – busca a ação de Deus nas vicissitudes da história.
Reconhecemos, a partir da experiência do absurdo – evidenciado pela maldade e pela injustiça presentes em todas as épocas – o que torna vigoroso todo compromisso libertador e a esperança ativa de uma mudança possível.
Nesse sentido, quando não se resigna a tais experiências, o homem compreende que a condição última do êxito da história é o reconhecimento de que Deus se revela também nos acontecimentos que promovem a libertação do ser humano de qualquer amarra que o escraviza.
Através de uma praxe inspirada no Evangelho, chega-se a uma experiência cristã em que a origem e o fim de tudo é Deus. Assim, principalmente em tempos de crise e mudança de paradigmas, exigem-se posturas fraternas e dialogais, que implicam no discernimento atento dos sinais dos tempos que se revelam em nosso contexto de vida.
O Povo de Deus, movido pela fé, impulsionado pelo Espírito do Senhor, busca discernir nos acontecimentos, nas exigências e aspirações, quais são os verdadeiros sinais da Sua presença.
Com efeito, a fé desvenda, com uma luz sempre nova, quais as intenções de Deus sobre a vocação e o sentido da vida de toda a humanidade. A obra salvífica de Deus se revela em sua presença amorosa na história: “Ele está no meio de nós!”
Precisamos reconhecer a presença de Jesus em nosso meio para que possamos concretizar a proposta do Reino de Deus. Vamos encontrar Jesus nos que sofrem, nos que são rejeitados e excluídos.
A sociedade não quer viver os valores do Reino e vive do egoísmo, do acúmulo de bens, da busca desenfreada de poder, de prazer, dos vícios... Os membros dessa sociedade vivem uma fé superficial, materialista, mesquinha e descompromissada, que faz com que queiram ver Jesus, mas não possam vê-lo, pois não o reconhecem.
Que Deus possa nos transformar em pessoas novas, cheias de graça, pois somos seu povo, sua família!
Padre Edir
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