É um comportamento muito comum das famílias criar
expectativas em torno do futuro dos filhos. O sonho e a necessidade dos pais de
vê-los na Universidade, bem sucedidos e felizes, acabam por negligenciar o
tempo para educá-los por meio de uma espiritualidade capaz de fortalecer as
relações, as escolhas e as decisões deles. Compra-se livro, papel e caneta,
Iphone e celular. Compra-se e paga-se tudo, porque nada (cheio de tudo) pode
faltar para os filhos. “Dou aos meus filhos tudo que não tive”.
Vamos, então, ao começo. Vamos nos lembrar da
época do enxoval. Primeiro, decide-se se será rosa ou azul, se vai colocar o
berço no quarto dos pais ou não, escolhe-se quem será a madrinha e quando e
onde será o batizado. A rotina da casa muda por completo, o que era calmo passa
a ficar agitado, quem dormia à noite toda não dorme mais e, assim, tudo vai
sendo adaptado por conta da chegada do bebê. E o pequenino ocupa tanto o centro
da casa que ninguém mais viaja nem sai para passear. Os pais deixam, muitas
vezes, de ir à igreja, ao cinema… As mudanças não param por aí. É preciso
decidir também qual será a primeira escola, o preço da mensalidade, quem será a
professora e com quem ele ficará quando os pais saírem para trabalhar.
Quase nunca se escuta: temos de ensinar o nosso
filho a respeitar os mais velhos, a conviver bem com os outros, a falar a
verdade, a guardar com carinho os seus pertences, a ter um encontro com Deus.
São reflexões que precisam ser feitas a fim de estar preparado e disponível
para o filho, seja ele uma criança, um adolescente ou um jovem adulto a
desenvolver o gosto pelos estudos, o respeito por si mesmo e pelo outro. O
filho precisa desenvolver os princípios da boa convivência e cultivar o amor à
sua própria vida, cuidando da sua saúde biopsicossocial e espiritual.
Por meio dos estímulos e dos modelos de
comportamento encontrados no ambiente, em casa, na escola e na sociedade, os
filhos vão desenvolver sua espiritualidade. Aprenderão a amar seus pais, a
cuidar deles e a respeitá-los até a velhice; aprenderão a gastar o necessário e
viver com leveza em contato com a arte, com a cultura e com as pessoas. Terão
ocupações com o trabalho, com os estudos, com o lazer e com a fé.
Judinara
Braz
Psicóloga
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