Nós católicos, muitas vezes, somos acusados de sermos adoradores de santos e de imagens. Primeiramente, devemos distinguir o termo adorar de venerar. Adorar significa idolatrar, colocar em primeiro lugar. Neste sentido, o cristão católico, como qualquer outro cristão, “ama a Deus sobre todas as coisas”. Nenhum santo ocupa o lugar de Deus no seu coração.
Venerar
significa ter um grande respeito ou admirar alguém por causa de suas virtudes.
Neste sentido, veneramos os santos porque eles conseguiram, com suas limitações
e fragilidades, colocar a vontade de Deus em primeiro lugar.
A
segunda acusação é que adoramos imagens e elas são proibidas pela Bíblia. É bem
verdade que em certos textos bíblicos do Antigo Testamento, Deus proíbe o povo
de fazer e cultuar as imagens. Isso porque, em certos momentos da história, o
povo estava confundindo a imagem com o próprio Deus, adorando-as como se fossem
divindades. O exemplo mais forte é bezerro de ouro (Ex 32, 1-10). Existem outros textos ainda em que Deus
proíbe fazer imagens, porque existia entre o povo de Israel uma tendência à
idolatria de imagens, como se fossem o Deus vivo e verdadeiro (Ex 20, 4-5; Dt
5,8-9; Is 40, 18; 44, 9-20; Jr 10.1-16).
Por
outro lado, também na Bíblia encontramos textos em que o próprio Deus aconselha
a fabricação de imagens. Naquele contexto, Deus sabia que o povo não iria
confundir a imagem com Ele e não cairia na idolatria. Exemplo evidente é o da
serpente de bronze (Nm 21,8). Em outro texto Deus pede que sejam construídas
duas imagens de anjos para serem colocadas nas extremidades da arca aliança (Ex
25,18). Deus sabia que naquele contexto o povo de Israel não iria confundir os
anjos com Ele.
O
problema não está em possuir imagens, mas no modo como as tratamos. Todos os
católicos sabem que as imagens dos santos são apenas retratos de madeira, gesso
ou pedra de alguém que fez a vontade de Deus, por isso, é digno de ser admirado
e respeitado. Acreditarmos que os santos estão perto de Deus e, por isso, se
tornam nossos intercessores. Mas quem concede a graça é Deus, não os santos.
Padre Edir
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