Diante da violência que
cresce a cada dia em nosso país, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB) decidiu promover, em 2015, o Ano da Paz com o objetivo de mobilizar o
Brasil para a cultura da paz e da não violência.
Em carta às dioceses, o
secretário geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, explica o objetivo da
iniciativa. “Desejamos abrir fendas na onda de violência que se manifesta na
morte de tantas pessoas, nos lares em conflito, na corrupção, na agressividade
do trânsito, na impossibilidade de diálogo nas diferenças, até mesmo
religiosas”.
Em 2012, 112.709
pessoas morreram em situações de violência: 56.337 homicídios, 46.051 em acidentes
de transporte e 10.321 suicídios. Mais da metade dos mortos por homicídios (53,4%)
eram jovens de 15 a 29 anos, dos quais 77% eram negros.
Apontando as causas da
violência, diz o papa Francisco: “Enquanto não se eliminarem a exclusão e a
desigualdade dentro da sociedade, será impossível desarraigar a violência.
Acusam-se da violência os pobres e as populações mais pobres, mas, sem
igualdade de oportunidades, as várias formas de agressão e de guerra
encontrarão um terreno fértil que, mais cedo ou mais tarde, há de provocar a
explosão” (EG, 59).
No Manifesto 2000 da
Unesco, encontramos alguns pressupostos da paz que podemos assumir como caminho
de conquista desse ideal: o respeito à vida e à sua dignidade; a prática da não
violência em todas as suas formas (física, sexual, psicológica, econômica,
social); a prática da generosidade para acabar com a exclusão, a injustiça e a
opressão política e econômica; a defesa da liberdade de expressão e da
diversidade cultural; a promoção do consumo responsável e de um desenvolvimento
econômico que preze o equilíbrio no uso dos recursos naturais do planeta; a
plena participação das mulheres na vida social e o respeito aos valores
democráticos.
Que nossas comunidades,
fiéis à sua vocação batismal, respondam positivamente a esse apelo de nossa
Igreja e se empenhem por construir a paz em todos os lugares e circunstâncias.
Que Cristo, Príncipe da
Paz, nos ensine os caminhos da paz.
Pe. Geraldo Martins
Coordenador
Arquidiocesano de Pastoral
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