A alegria de ser mulher está
entremeada de desafios que nosso tempo impõe ou que nós mesmas colocamos como
alterações em nossa forma de ser. Faz parte da realidade feminina, nos dias
atuais, várias jornadas de trabalho: a empresa, a casa, o marido, o cuidado com
os filhos, como levá-los à escola e, muitas vezes, criá-los sozinhas. Há tantas
outras situações vivenciadas pela mulher! Porém, muitas delas se sentem
perdidas, não encontram sentido na vida e acabam endurecidas e até mesmo
entristecidas.
Mesmo assim, acredito que o grande
desafio da mulher é ser mulher. Como assim? Já percebeu o quanto a mulher
perdeu sua origem? Na competição por direitos iguais, nós as vemos colocando-se
como rivais dos homens, como aquelas que disputam, da mesma forma, os espaços
antes ocupados por eles. É claro que precisamos trabalhar e ter nossas
conquistas, mas já viram quantas se queixam da solidão, da falta de um
companheiro, do abandono?
O Papa João Paulo
II tece, em uma de suas cartas, um belíssimo comentário sobre nós, dizendo que
“rende graças por todas e cada uma das mulheres: pelas mães, pelas irmãs,
pelas esposas; pelas mulheres consagradas a Deus na virgindade; pelas mulheres
que se dedicam a tantos e tantos seres humanos, que esperam o amor gratuito de
outra pessoa; pelas mulheres que cuidam do ser humano na família, que é o sinal
fundamental da sociedade humana; pelas mulheres que trabalham
profissionalmente, mulheres que, às vezes, carregam uma grande responsabilidade
social; pelas mulheres perfeitas e pelas mulheres fracas“.
Com toda a beleza que foi dada
especialmente a nós, vale uma grande reflexão ligada à importância da
valorização da essência feminina. Ao deixar essa essência de lado, muitas vezes
nos fechamos ao amor, àquilo que é natural a cada uma de nós.
Deixamos de nos valorizar e, muitas vezes, queremos ser valorizadas
pelos homens. É tempo de rever nossa postura no mundo, de voltar ao essencial;
não vamos voltar ao século passado, mas é importante que possamos atualizar o
ser mulher em nosso tempo, não nos esquecendo da riqueza desse dom único e
especial: ser mulher! É tempo de retomada, de viver valores esquecidos, dons
adormecidos e sinais do feminino. É tempo de reavivar a natureza tão bela da
mulher, do equilíbrio, da doçura e da força, de todo este universo de
características que nos fazem mulher, mas que, muitas vezes, foram deixadas de
lado.
Elaine Ribeiro dos Santos
Paróquia de São João Batista - Viçosa, MG
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