Refletindo o tema “casa comum, nossa missão”, o fórum foi realizado
em Conselheiro Lafaiete, de 27 a 30 de outubro. Mais de 700 pessoas,
entre elas representantes de pastorais e movimentos populares, participaram
das discussões. Na abertura, o arcebispo, Dom Geraldo Lyrio
Rocha, lembrou a inspiração de Dom Luciano na realização do fórum
pela Arquidiocese de Mariana. “Não podemos deixar que esta chama se
apague, pois esta iniciativa tem-nos ajudado a enxergar melhor nossa
realidade social, política, econômica e cultural”.
Para a organizadora, Silene Gonçalves, todo o sacrifício vale a
pena, principalmente neste cenário em que se encontra o nosso país.
“Este Fórum é o momento para fortalecermos e lutarmos por nossos
direitos”, afirmou.
Foram seis eixos sobre os quais os grupos discutiram: (1) Estado
do bem viver: sobre o papel do Estado e a necessidade de promover
sempre a vida; (2) Saúde e segurança alimentar: a participação indígena
no Fórum resgatou a tradição da cultura medicinal e terapêutica; foram
expostos diversos conhecimentos sobre os benefícios das plantas;
(3) Justiça restaurativa: necessidade de mudanças nas estruturas
governamentais e não governamentais, no que tange aos excluídos
da sociedade; (4) Água, minério e energia para a soberania: lutas
populares, problemas sobre meio ambiente e saúde, entre empresas e
trabalhadores; (5) Dignidade humana: questões que afetam as parcelas
oprimidas da sociedade como mulheres e negros; papel da Igreja no
contexto moral e ético e (6) Metodologias Populares: economia solidária,
cooperativismo e associativismo.
Foram quatro as diretrizes aprovadas pelo Fórum: ao estado do bem
viver (indígena), acrescentamos o pertencer (negro), o conviver (cristão)
e o ser (Humanidade). Queremos um Estado a serviço da vida humana,
composta pela diversidade de seres. Que o Estado seja socialmente
inclusivo, justo e igualitário; politicamente ético, democrático e promotor
da sustentabilidade, economia popular e solidária.
Saúde e segurança alimentar: resgate e valorização do saber popular
e tradicional. O desenvolvimento da agroecologia e suas redes
de consumo; práticas terapêuticas tradicionais de saúde; soberania e
segurança alimentar.
Também participação na “campanha permanente
contra agrotóxicos e pela vida”.
Justiça restaurativa: Trazer para a arquidiocese a escola do perdão
e reconciliação (ES.PE.RE); ampliar os trabalhos da escola de cidadania
e do Fórum Intermunicipal de políticas públicas; mapear e divulgar
os índices de vulnerabilidade social nos municípios da arquidiocese;
promover um trabalho mais articulado entre os diversos serviços de
atenção aos dependentes químicos e suas famílias; apoiar efetivamente
os trabalhos das comunidades terapêuticas.
Agua, minério, e energia para a soberania: A arquidiocese de
Mariana necessita tornar conhecida a Laudato Si, através de meios
eficazes com foco na mudança da sociedade a partir dos oprimidos,
desenvolvendo ações concretas junto aos indígenas, afrodescendentes,
trabalhadores e, principalmente, aos que produzem alimentos saudáveis.
Mª do Carmo Pereira Vieira
Dimensão Comunitária
0 comentários: