Não sermos atendidos em nossas orações é um grande mistério na vida do cristão. Não tem como esperar por aquilo que se enxerga; a nossa esperança é a de quem não vê o que espera. A esposa que espera a conversão do marido, reza há tanto tempo, mas não consegue enxergar o que virá. Da mesma forma, há aquela mãe que reza tanto para o filho, mas não consegue enxergar a mudança.
Muitos cristãos abandonam a fé ou trocam de igreja nesse tempo, pois não sabem passar pela "sala de espera" da vida. É preciso esperar com confiança. A escola de santidade acontece nesse tempo. Quem não sabe esperar não celebra a chegada da graça alcançada!
Furamos fila para não termos que esperar, usamos a internet para não perdermos tempo e, por isso, não nos exercitamos no esperar. A espera não é de uma esperança acomodada, de ficar de braços cruzados, mas de espera ativa. Para isso, Deus nos dá um instrumento: "O Espírito vem em socorro de nossa fraqueza. Pois não sabemos o que pedir nem como pedir" (Rm 8, 26).
Há muita gente que, na dificuldade, só consegue pedir a Deus para morrer, pois vê na morte a solução para os problemas. Quando pedimos em meio ao desespero, o fazemos a partir da nossa vontade, daquilo que achamos ser melhor e mais rápido. Dessa forma, invertemos a oração do Pai-Nosso; em vez de rezarmos: "Seja feita a Sua vontade", rezamos: "Seja feita a minha vontade".
O segredo da espera está na comunhão com a vontade de Deus, e a teremos por intermédio do Espírito Santo. É preciso aguardar com esperança, entendendo que, enquanto estamos nessa "sala", estamos esperando por Aquele que examina os corações. O cristão que não aprende a rezar no tempo da espera fica ranzinza, deixa de acreditar.
Nos planos de Deus existe um tempo para cada um de nós. É melhor entrarmos na escola da espera. E não podemos dispensar a ajuda do Espírito Santo.
Padre Fabrício Leitão
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