Embora as pessoas reclamem com frequência daquilo que não possuem, os
excessos costumam ser mais prejudiciais que as faltas, mas demoram mais para
serem percebidos.
Comemos demais, trabalhamos demasiadamente, guardamos coisas de que não
precisamos, nos importamos em excesso com a opinião dos outros... Há um excesso de preocupações e acúmulo de
“gorduras” em diversas áreas de nossas vidas.
Em geral, possuímos mais do que necessitamos para ser feliz, mas
continuamos insistindo na desculpa de que não somos felizes porque nos falta
alguma coisa. E de fato falta: falta assumirmos um estilo de vida mais franco,
sincero e liberto.
Tudo o que temos em excesso demanda tempo e energia para ser
administrado. Roupas, CDs, bagunça, lembranças, compromissos e pressa demais.
Das lembranças guarde as que valem a pena, pelo aprendizado ou felicidade que
trouxeram. Todos nos beneficiaremos com a prática de vida com o necessário. Não
precisa ser o mínimo necessário, pode haver algumas sobras, mas sem exageros.
Viver melhor com menos traz uma sensação de leveza e felicidade que
todos deveriam, ao menos, experimentar. Quem está em processo de mudança,
reconhece rápido o quanto acumulou de coisas em excesso, e aprende que pode
viver tão bem, ou melhor, com muito menos!
Liberte-se dos excessos: informação, produtos, serviços e
relacionamentos. O consumismo é uma válvula de escape para não olharmos para
nossa própria existência e para o vazio que buscamos inutilmente preencher com
compras. Quanto aos relacionamentos, nem todos valem a pena...
Nada é mais gratificante que a liberdade, a sensação de que você se
basta sem precisar de um arsenal de coisas, sons e cores a seu redor. Quem sabe
viver com pouco, sempre saberá viver em qualquer situação, mas aqueles que só
sabem viver com muito, nas mínimas provações e ausências sofrem e se
desesperam.
Todo excesso é energia acumulada em local inapropriado, estagnando o
fluxo da vida. Excesso de excessos corresponde à falta de si mesmo. E se o que
lhe falta é você, nada poderá preencher esse vazio...
Carlos Hilsdorf
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