O
Cristão é um cidadão como todos os outros:
desfruta
dos mesmos direitos e tem os mesmos deveres. E
os impostos, ele é obrigado a pagar?
A Palavra de Deus nos dá uma resposta...
Em
Isaías 45,1.4-6, um rei pagão foi "instrumentos de Deus"
para
libertar o seu povo da escravidão da Babilônia. (Is 45,1.4-6)
Ciro,
Rei da Pérsia, foi um excelente comandante e político iluminado. Conquistou
todos os impérios do oriente, inclusive a Babilônia.
No
ano 538, depois de conquistar a Babilônia, permitiu
os judeus voltarem à própria terra e
começarem
a reconstruir o templo e a cidade de Jerusalém. O
profeta chama o rei pagão de "ungido
do Senhor". Ciro
torna-se instrumento de Deus, mesmo sem o conhecer, sem
mesmo ser membro do povo da Aliança.
O texto sugere que Deus é o verdadeiro "Senhor da História" e
que é ele quem conduz a caminhada do seu Povo.
Deus
pode se servir de qualquer pessoa para realizar seus projetos. Pode
se servir de dirigentes até sem religião, desde que sejam competentes,
honestos e saibam promover o bem-estar e a paz.
-
O contrário também pode acontecer:
Nem
toda pessoa "religiosa" e bem intencionada tem
a necessária competência para uma função pública.
Em
1Tessalonicenses1,1-5b, Paulo louva o Senhor, porque a
Comunidade de Tessalônica abraçou com entusiasmo o Evangelho, e pela ação do
Espírito Santo, deu frutos de fé, de amor e de esperança. (1Tes 1,1-5b) É a carta mais antiga de São Paulo.
No
Evangelho, Jesus responde a uma pergunta política. (Mt 22,34-40)
Discípulos dos fariseus e
herodianos, favoráveis ao poder romano, fazem uma pergunta capciosa:
"É
permitido ou não pagar o TRIBUTO a César?"
-
Se dissesse SIM: apareceria como colaborador da dominação romana.
Se dissesse NÃO: seria denunciado às
autoridades romanas como subversivo.
-
Jesus percebe a armadilha. Pede uma moeda e pergunta:
"De
quem é essa imagem? "Dai pois a César o que é de
César..."
e acrescenta: "...e a Deus o que é de Deus"
+ "Dar a César o
que é de César e a Deus o que é de Deus":
"Dar" significa aqui "devolver" a cada
um o que lhe pertence.
Não deve dar a César o que não lhe pertence: a ADORAÇÃO,
devida unicamente a Deus (não aos imperadores...).
Jesus não nega o pagamento do tributo imperial. O amor a Deus não tira as obrigações para com a nação. Mas questiona a pretensão de César de se nivelar a Deus e exigir dos súbditos culto só devido a Deus.
A resposta reduzia César às suas devidas dimensões.
Estamos, de fato, dando a César o
que é de César e a Deus o que é de Deus?
Não podemos "sonegar" o nosso tributo nem a Deus, nem à Nação, nem à Comunidade...
Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa
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