“Vós me procurais por causa dos
pães; buscai-me não pelo alimento que perece. Mas pelo que dura para a vida
eterna” (Jo 6, 26).
Sigo a Jesus Cristo
porque creio que nele está a vida, sobretudo, a vida eterna. Sigo-o porque
creio que é meu salvador, porque preciso da salvação que me oferece; sigo-o por
causa do amor que, por meio dele, me vem do Pai; por causa do seu Espírito que
age em mim e me conduz pela vida. Sigo-o, por fim, porque nele está o sentido
do viver e porque o amo. Causa-me estranheza segui-lo por seus milagres,
esperando que, com isso, os faça em minha vida. Milagres são sinais da
autenticidade de sua missão como humano que se tornou. Milagres podem até
acontecer, mas não podem ser meu objetivo em relação a Deus.
Esperar também me tornar
próspero, bem sucedido em meus negócios e na vida, é reduzir a grandiosidade de
seu amor por mim. Além do mais, milagres (acontecimentos extraordinários) são
incomuns. A vida é feita do comum do viver, com seus altos e baixos, com possibilidade
de doenças, dores, tristezas e desencontros. Não podemos atribuir a Deus os
dissabores da vida, como se Ele se recusasse a nos oferecer milagres e
prodígios para resolvê-los ou evitá-los.
A certeza que devemos
ter é que Deus estará sempre conosco, nos amando, ajudando-nos a carregar
nossos fardos, mas não nos tirará do mundo, que é marcado por muitas
incertezas. Ele sempre ouvirá nossas orações, continuando o processo de
salvação que iniciou em Cristo. Segui-lo na dependência de milagres e prosperidades
será fonte segura de decepção. Mais cedo ou mais tarde, desanimará a pessoa que
assim o faz, porque cansada de esperar, acabará caindo no indiferentismo
religioso.
Somos peregrinos neste
mundo; nossa morada definitiva não é aqui. Sigamos a Jesus com decisão, com fé
viva, construindo com Ele a realidade presente, que pode ser melhorada,
contando com Sua ajuda certeira, mas de olho no reino definitivo que nos espera
e que deve ser o maior objetivo de nossa vida.
Pe. Walter Jorge
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