Quando o Pai do Céu quis enviar seu Filho ao mundo para realizar o seu divino plano de amor, Ele objetivava a completa salvação do ser humano e a completa redenção deste nosso mundo. Seu desejo era a vida plena para os filhos a quem tanto ama, pois a sua glória consiste na total felicidade de suas criaturas.
O Natal é, portanto, a obra da maravilhosa visita de Deus na pessoa de Jesus, seu Amado Filho, Ele mesmo, Deus conosco, para conceder ao ser humano a alegria de viver como filho do mesmo Pai.
O Natal deveria, a cada ano que passa, encontrar este mundo cada vez mais redimido, mais feliz; deveria encontrar uma humanidade cada vez melhor, mais fraterna, mais justa.
Infelizmente não é assim. Se por um lado, Deus fez a parte dele, a mais difícil; se dignou descer das alturas de sua divindade e assumir nossa inteira condição humana, com toda a fragilidade que o pecado lhe causou; da parte do ser humano, o mesmo não se deu. O Natal, a cada ano, acontece num mundo carente demais da tão almejada paz que Jesus nos veio trazer, pois como diz o salmo, a paz é fruto da justiça.
O Capitalismo, talvez a vertente mais feroz do pecado da acumulação, da ganância e da avareza, tem manchado dramaticamente a perspectiva da plena salvação que Deus nos quer dar com o Natal de Jesus.
Como poderemos pensar que seja da vontade de um Deus tão bom e que ama a todos os seus filhos ver, com tranquilidade, que grande parte deles vive o drama de ter que lutar com tanto penar para criar suas famílias? Como imaginar que Deus não se indigne, quando até nós, tão distantes de sua perfeição amorosa, nos indignamos com a exploração vergonhosa dos trabalhadores por grande parte dos patrões?
Como acreditar que Ele fique comodamente instalado em eterna passividade vendo que muitos empresários estão sempre aprimorando seus métodos para acumular fortunas, se utilizando dos esforços sofridos e tão mal remunerados de seus empregados?
A ganância desenfreada sempre arruma novos métodos de saquear os trabalhadores, repassando para eles os ônus e ficando com quase a totalidade do produto dos seus esforços. Fortunas incalculáveis vão se construindo pela desonesta apropriação da força trabalhista da esmagadora maioria da população.
Neste Natal que se aproxima, muitos se lembrarão de Jesus e do Deus que nos veio encontrar; muitos esperarão sua infinita misericórdia; muitos viverão as bem-aventuranças do chorar e serem consolados em Deus, do serem chamados filhos da paz, da pobreza que ganha o Reino dos Céus.
Infelizmente, uns poucos, que detêm a quase totalidade dos bens deste mundo, erguerão suas ricas taças com finos champanhes, brindando um natal que nunca foi o de Jesus.
Aos que buscam, de verdade, o verdadeiro espírito do Natal que é a justiça que Deus espera, desejo um Feliz e Venturoso Natal!
Pe. Walter
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