A liturgia da Palavra neste quarto domingo nos convida a dar atenção à Palavra profética pronunciada pelo Senhor.
Jesus, na sinagoga em um sábado, ensinava com autoridade e todos estavam maravilhados com o seu ensinamento, pois era feito com autoridade e não como os mestres da Lei. De fato, Jesus devolvia a vida à Palavra de Deus. Ele não era apenas um conhecedor da Lei, como o eram os mestres da Lei, que muitas vezes não sabiam traduzir a Lei em vida, embora tivessem um grande conhecimento dela. Pareciam juízes que julgam causas corretamente do ponto de vista legal, mas não produzem ganhos reais para a vida das pessoas. Poderíamos aqui nos lembrar do caso da reintegração de posse na comunidade Pinheirinhos, em S. José dos Campos, SP. Do ponto de vista legal, tudo estava dentro da lei, mas do ponto de vista humanitário, a decisão foi uma tragédia. A vida de sete mil pessoas não foi considerada; suas histórias, suas lutas e seus bens não tiveram qualquer apreço para os juízes, que olharam tão somente a lei.
Por isso, naquele sábado há quase dois mil anos, as pessoas estavam maravilhadas com aquele ensinamento, feito com autoridade nova, na força do amor que torna viva as coisas, que permite ter esperança e que, sobretudo, torna verdadeiramente livre quem o escuta e a ele dá seu coração.
Foi isso que aconteceu com aquele homem atormentado pelo demônio que estava ali presente. Provavelmente já tinha ido ali muitas vezes e ouvido as palavras dos mestres da lei. No entanto, nada tinha acontecido e continuava com sua liberdade aprisionada. Mas, ao ouvir o verdadeiro Profeta, o verdadeiro Mestre da Lei, Jesus, as mentiras dos muitos pecados que o mantinham prisioneiro, alienado na posse de sua liberdade, foram desmascaradas e a palavra proferida com autoridade por Jesus, devolveu-lhe a liberdade e a vida.
Assim acontecerá conosco, se não fecharmos nosso coração e ouvirmos de verdade a voz de Deus. Assim acontecerá com nosso mundo, tão prisioneiro em sua liberdade por ouvir vozes que não libertam, que não são proféticas, que não têm a autoridade de Jesus.
Um abraço a todos e que Deus os abençoe!
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