Celebramos em Pentecostes a vinda do
Espírito Santo, depois de cinquenta dias da Páscoa. O Espírito Santo
desceu sobre os Apóstolos reunidos no Cenáculo e os tornou capazes de
anunciar o Evangelho com coragem (cf. At 2,1-13). Este acontecimento,
que nós nos identificamos com ele, é o verdadeiro “batismo” da Igreja.
De fato, a Igreja vive da efusão do Espírito Santo, sem o qual ela não
teria força e não existiria mais. E este acontecimento renova-se de modo
particular em alguns momentos fortes das comunidades eclesiais: nas
liturgias, em romarias, nas Santas Missões Populares, nas festas de
Crisma, vigílias jovens, nas assembleias pastorais e em tantos momentos
especiais para a vida das comunidades, nas quais a força de Deus se sente
de modo evidente, infundindo alegria e entusiasmo nos corações. A
Igreja toda reunida no Cenáculo recebe o Espírito Santo.
Os Apóstolos “perseveravam na oração em
comum, junto com algumas mulheres, entre elas, Maria, mãe de Jesus, e
com os irmãos dele” (At 1,14). O Espírito Santo une os fiéis entre si,
nasce a Igreja na unidade. Pentecostes reúne a todos. Não há Igreja sem
Pentecostes e não há Pentecostes sem a Virgem Maria. Quando os cristãos
se reúnem em oração com Maria, o Senhor doa o seu Espírito. Este
santifica a comunidade de fiéis e comunica-lhe a plenitude da graça,
dirige a Igreja através das dificuldades, perseguições e perigos, até
ela alcançar a glória definitiva. É o Espírito Santo que suscita sempre
nova vida na Igreja. Ele é a alma e a vida da Igreja. Concede-nos a
graça necessária para desempenharmos a nossa missão.
Pela força do Espírito Santo nos
tornamos missionários para anunciar o Evangelho a todas as criaturas.
Nós, que somos Igreja, somos permanentemente missionários. A Igreja
recebe a ordem de Jesus: “Ide, pois, fazei discípulos entre todas as
nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis que estou
convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,19s). A Igreja
conta com o Espírito Santo. Ele sempre assegurou à Igreja o rumo certo.
Apesar dos pecados, que acompanham a condição humana dos discípulos de
Cristo, a Igreja não esmoreceu ao longo da história, porque nela vive e
age o Espírito Santo. Este dá à Igreja novas energias e faz fortes os
frágeis e medrosos mensageiros do Evangelho.
Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena
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