Concluiu-se na manhã desta terça-feira, no Sínodo dos Bispos sobre a família, o trabalho dos Círculos menores sobre a terceira e
última parte do Instrumentum laboris, dedicado ao tema "A missão da família hoje".
Na parte da tarde, a apresentação, aos Padres sinodais, dos Relatórios dos 13 grupos linguísticos e, esta quarta-feira, a publicação
destes.
O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, conduziu a coletiva do dia sobre os trabalhos sinodais, tendo três
cardeais como convidados: o espanhol Lluís Martínez Sistach (arcebispo de Barcelona); o sul-africano Wilfrid Fox Napier
(arcebispo de Durban); e o mexicano Alberto Suárez Inda (arcebispo de Morelia).
A família não é somente um desafio, mas também e, sobretudo, uma oportunidade para ser felizes: disse o Card. Sistach reiterando
que a preparação para o matrimônio, quer remota, quer imediata, é fundamental para evitar separações e divórcios.
Em seguida, o purpurado deteve-se sobre o Motu proprio do Papa Francisco acerca da reforma dos processos de nulidade
matrimonial e reiterou tratar-se de uma reforma em harmonia com a misericórdia da Igreja, mas à luz da indissolubilidade.
Desse modo, os casais que experimentaram um falimento podem refazer sua vida, de cabeça erguida, diante de Deus e da Igreja.
Daí, o apelo do purpurado espanhol a fim de que seja incrementada a gratuidade de tais processos. Na eventualidade de não ser
possível encontrar a verdade objetiva e imediata, observou o Cardeal, o processo breve torna-se ordinário.
"Nem todos os Tribunais eclesiásticos das dioceses do mundo dispõem de pessoas adequadamente preparadas" no setor, concluiu o
arcebispo de Barcelona, e, portanto, o desafio se encontra também nesse campo.
A família constitui a base da sociedade, é sua célula fundamental, reiterou, por sua vez, o Cardeal Suárez Inda, fazendo votos de que
todas as instituições atuem em defesa da família. Em seguida, o purpurado mexicano deteve-se sobre o drama dos migrantes, cuja
situação cria muitas dificuldades às famílias não somente por causa da distância geográfica, mas também pelo aspecto normativo
que por vezes impede a reunificação familiar.
A esse propósito, o arcebispo de Morelia agradeceu aos bispos dos EUA pelo grande trabalho de acolhimento que fazem com os
migrantes mexicanos.
Outra chaga que atinge as famílias é a da criminalidade organizada e da globalização que muitas vezes deixa os jovens sozinhos, no
processo educacional, ressaltou o purpurado.
Em seguida, em relação aos processos de nulidade matrimonial, afirmou: ?Nós, bispos, temos agora uma maior responsabilidade, o
Papa reconhece-nos como juízes misericordiosos a nível diocesano e, portanto, devemos ser testemunhas da Igreja, mãe de ternura?.
Por fim, respondendo à pergunta de um jornalista a propósito de uma possível viagem do Papa ao México, o Cardeal Suárez
afirmou:
?Sem dúvida, a visita do Papa é um motivo de imensa alegria.?
As datas ainda não foram estabelecidas, mas certamente será uma
viagem centralizada nos temas da reconciliação e da paz.
Seguramente, continuou o purpurado, o Santo Padre irá ao Santuário de Guadalupe e, talvez, tenha a oportunidade de visitar alguma
casa de detenção e de encontrar os jovens, para dar esperança ao país.
Depois foi dado espaço à África, com a reflexão do Cardeal Napier:
?Os bispos africanos trouxeram uma lufada de otimismo ao Sínodo?, a exemplo de Deus, mas também do Papa Francisco, afirmou o
purpurado, que em seguida voltou seu olhar para os leigos, sobretudo para as famílias felizes.
?São eles ? disse ? que de certo modo indicam ao Sínodo a direção a ser tomada.
É importante, portanto, concentrar-se na vocação e
missão da família na Igreja de hoje e acompanhar os cônjuges, tanto antes quanto depois do matrimônio, porque se reforma a Igreja
reformando a família, que constitui sua base.
Por fim, interpelado pela imprensa sobre a carta enviada por alguns cardeais ao Papa, o purpurado sul-africano reiterou: era uma
missiva reservada ao Pontífice e estava muito no espírito daquilo que ele disse, ou seja, falar com sinceridade e ouvir com
humildade.
Em todo caso, concluiu o arcebispo de Durban, trabalhando junto no Sínodo, nós, bispos, reencontramos o espírito de colegialidade,
sempre buscando fazer o melhor da Igreja.
Fonte: Rádio Vaticano
0 comentários: