O pai resolveu levar seu filho de 12 anos para pescar. O garoto estava todo empolgado com a nova experiência. O barco navegou vagarosamente para o centro da lagoa, o menino preparou sua vara e lançou a isca. Passados alguns minutos o caniço vergou com força, dando a entender que havia um enorme peixe do outro lado da linha. O pai olhava com admiração, enquanto o garoto habilmente erguia o peixe exausto, da água. Era o maior que já tinha visto, porém sua pesca só era permitida na temporada.
O pai, então, acendeu um fósforo e olhou para o relógio. Eram dez da noite, faltavam apenas duas horas para a abertura da temporada de pesca. Em seguida, olhou para o peixe e depois para o menino, dizendo: "Você tem que devolvê-lo, filho!". O garoto reclamou: "Mas, papai, nunca mais pegarei um peixe tão grande". O garoto olhou à volta do lago. Não havia outros pescadores ou embarcações à vista. Voltou novamente o olhar para o pai. Mesmo sem ninguém por perto, sabia, pela firmeza em sua voz, que a decisão era inegociável. Devagar, tirou o anzol da boca do enorme peixe e o devolveu à água escura. Naquele momento o menino teve certeza de que jamais veria um peixe tão grande quanto aquele. Esse fato aconteceu há trinta e quatro anos.
Hoje, o garoto é um arquiteto bem-sucedido e seu pai já faleceu. O chalé continua lá, perto da lagoa e ele leva seus filhos para pescar no mesmo lugar. Sua intuição estava correta. Nunca mais conseguiu pescar um peixe tão maravilhoso como o daquela noite. Porém, sempre vê o mesmo peixe repetidamente todas as vezes que depara com uma questão ética. Porque, como o pai lhe ensinou, a ética é simplesmente uma questão de certo e errado. Agir corretamente quando se está sendo observado é uma coisa. A ética, porém, está em agir corretamente quando ninguém está nos observando.
Texto de autoria desconhecida
Imagem: Pastoral da Comunicação
0 comentários: