Tesouros do Coração

Cresci ouvindo minha mãe dizer: “quem o bem faz pra si faz, quem o mal faz pra si faz”. Hoje compreendo que quem fala coisas boas, revela o bem que existe em seu interior. Quem fala mal do outro, antes de denegrir a imagem alheia, mancha primeiramente a sua.

Mas a gente se pergunta: como fazer para que somente palavras doces saiam de nossos lábios? Como conseguir a sabedoria para dizer as coisas certas nos momentos apropriados? Ou seja, “Quem porá uma guarda a minha boca, um selo inviolável nos meus lábios, para que eu não caia por sua causa, e para que minha língua não me arruíne?” (Eclesiástico 22,33).

        

Um guarda na boca! Acho que deve ser essa nossa oração diante de Deus. Que Ele adoce nossas palavras e nossos corações, uma vez que “O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração, e o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, porque a boca fala daquilo de que o coração está cheio” (Lucas 6, 45). 

        

Se o nosso coração é o nosso tesouro, que Jesus que é manso e humilde de coração possa fazer que o nosso seja semelhante ao dele. E se o nosso tesouro é bom, devemos fazer com que as riquezas existentes nele possam chegar até os que mais precisam. Que nossas palavras possam servir de coragem e força para os desanimados. Que elas possam apaziguar situações de conflitos entre as pessoas e não servir de combustível para instigar desavenças.  

Felizmente, contra as mentiras, acusações e agressões que saíram de nossas bocas há palavras que funcionam como poderosos remédios: “me desculpe”, “me perdoe” etc..

A Quaresma está começando! É uma ocasião oportuna para tentarmos ser melhores. Que tal fazermos uma penitência de palavras neste período ? Que tal buscarmos um coração renovado, uma fonte sempre a jorrar palavras doces já que “as palavras agradáveis são como um favo de mel; doçura para a alma e saúde para o corpo” (Provérbios16, 24)? 

        

Cida Zolnier