A Bíblia nos diz que “onde está o teu tesouro, também está teu coração” (Mt 6, 21). Então, se pudéssemos dividir nosso coração em partes, como os cômodos de uma casa, poderíamos visualizar bem as riquezas ali guardadas e verificar em quais compartimentos Deus habita.
Infelizmente, temos dificuldade para oferecer espaço para Deus em toda a nossa vida. Em alguns “cômodos” de nosso coração restringimos a sua entrada. Da saúde, por exemplo, geralmente o convidamos a fazer parte somente quando estamos doentes. Também no cômodo da diversão, Deus faz poucas visitas, já que damos espaço para que muitas coisas ruins se instalem.
Algo semelhante acontece como nosso trabalho. Geralmente vamos rezando pelo caminho, pedindo a proteção divina, rezamos ao chegar lá, agradecemos a presença de Deus ao deitar e tudo mais. Mas no final do mês temos dificuldade para partilhar com Ele o que recebemos.
O dízimo é uma pequena retribuição a Deus por todas as bênçãos diariamente recebidas. Ele é participação e presença de amor na vida da comunidade. Deus não precisa de dinheiro, mas a sua igreja que está no mundo precisa. É por meio dele que ela se sustenta e faz com que o Evangelho alcance novos corações e transforme vidas.
Quando dizemos sim ao dízimo, estamos abrindo uma nova porta para Deus entrar em nossa vida. Talvez aquele “cômodo” do nosso coração que mais nos preocupa seja justamente o financeiro. Porém, ao permitir sua presença e dividir com eles os bens adquiridos, estamos nos abandonando em seus braços e acreditando que nada nos irá faltar (Ml 3, 8-10), porque tudo o que temos recebemos dele.
O dízimo é ato de fé, esperança e caridade, três importantes virtudes cristãs que nos ligam diretamente a Deus. Deus ama a quem dá com alegria (2 Cor 9,7). Então, seja bem-vindo, Pai, em todos os cômodos de nossas casas, em todos os compartimentos de nossos corações. Recebe nosso dízimo como reconhecimento de um coração feliz e agradecido. Ensine-nos a investir nossos dons e dinheiro em tesouros dos céus (Mt 6, 20).
Cida Zolnier
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