Desde criança aprendemos a associar a vontade de Deus aos sofrimentos da vida. Quantas vezes as crianças escutam dos adultos que se alguém ficou doente, ficou assim porque foi a vontade de Deus? Ou que alguém morreu porque foi a vontade de Deus? Quantas vezes as vidas dos santos nos foram contadas a partir dos seus imensos sacrifícios ou sofrimentos? Assim, no inconsciente de muitos ficou registrado que fazer a vontade de Deus era sinônimo de sofrimento.
Nunca nos falaram o quanto São Francisco era alegre e feliz; nem quanta alegria houve na vida de tantos e tantas homens e mulheres que viveram a vontade de Deus. Pelo contrário, não é nada incomum vermos pinturas e imagens dos santos com olhares tristes ou em cenas que refletem sacrifícios e sofrimentos. É como se, viver perto de Deus excluísse a alegria e a felicidade, coisas reservadas somente para o céu.
Quanto engano! Na verdade, fazer a vontade de Deus é o caminho da mais perfeita alegria para o ser humano. Quanto mais alguém fizer a vontade de Deus, tão mais realizado, pleno e alegre será.
Assim, é preciso ir descobrindo, cada vez mais, a felicidade que é fazer a vontade de Deus e o quanto isso nos fará bem. É em fazê-la que está a solução para os problemas nossos e os do mundo. É por isso que Jesus nos ensinou a rezar, na oração do Pai nosso, “Seja feita a vossa vontade, assim na Terra como no céu”.
Se compreendermos que Deus não pode desejar para nós o mal, o sofrimento pelo sofrimento, deixaremos de ter medo de sua vontade e passaremos a buscá-la como o nosso maior bem, pois, como disse Jesus, “que pai dará a seu filho uma cobra quando este lhe pede um peixe? [...] Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais o vosso Pai do céu dará coisas boas a quem lhe pedir” (Lc 11, 11- 13). Deste modo, só nos resta pedir: “Ensina-nos, Jesus, a fazer a vontade do Pai!”
Pe Walter
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