Há muita gente que pensa que ídolos sejam simplesmente esculturas pelas
quais alguém tenha alguma devoção. Na verdade, até mesmo pessoas que não possuem
qualquer imagem em casa podem ter algum tipo de idolatria.
Um ídolo é algo ou alguém a quem uma pessoa dirige a maior parte de sua
atenção, centra nele seu viver e dedica a ele o lugar de Deus. Assim, um ídolo
pode ser, por exemplo, um relacionamento amoroso, ao qual a pessoa considera
ser a coisa mais importante de sua vida.
Há pessoas que chegam a morrer por causa de um namoro rompido, não se
deixando consolar nem por Deus. Um ídolo pode ser um bem adquirido, uma casa,
terra ou coisa desse tipo que se torne a razão da vida dessa pessoa.
Ídolo pode ser ainda um apego desordenado ao sexo, vício, dinheiro ou a
qualquer coisa que acabe roubando as melhores energias da pessoa. O ídolo
requer atenção constante, desvia o verdadeiro foco da vida, impede a pessoa de
ser verdadeiramente livre para amar, servir, se alegrar com o que é belo e bom,
santo e verdadeiro.
Somente Deus pode ser o centro do nosso viver, pois qualquer outra coisa
que tentasse ocupar o seu lugar jamais seria capaz de nos proporcionar a
verdadeira liberdade que gera a vida em abundância.
Ocorre, porém, que temos muito medo de abrirmos mão de nossos ídolos,
pois, no fundo, acreditamos que não conseguiremos viver sem eles.
Nesta Quaresma, Deus nos convida a ouvir a sua voz e a abandonarmos
nossos ídolos, tendo-O como o único Senhor de nossas vidas. Seu desejo é nos
libertar da escravidão a que os ídolos nos submetem, como fez ao povo hebreu
quando os tirou do Egito.
Ao nos resgatar em Jesus Cristo, por meio de sua morte e ressurreição,
Deus quer nos levar a experimentar as alegrias pascais, tornando-nos criaturas
novas, libertas e libertadoras, capazes de construir o seu reino neste mundo.
Reino sem as idolatrias do dinheiro, do prazer, do prestígio ou de qualquer
outra coisa que oprime os homens e as mulheres criados para as verdadeiras
alegrias do viver.
Padre Walter
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