A liberdade consiste em permanecer aberto e disponível para escolher o
que há de melhor, de mais conveniente em cada circunstância. O Espírito torna a
pessoa apta para uma verdadeira opção e suprime a necessidade de buscar sempre
a própria vantagem ou a própria segurança. A verdadeira liberdade foi-nos dada
por Cristo na cruz. Ele nos libertou e, por isso, concedeu-nos participar da
plenitude de sua vida.
Frente a um contexto onde se vive a falta de liberdade criativa e de uma
ação ousada, alternativa e esperançosa, queremos encontrar caminho para uma
experiência nova e concreta. Sabemos que é imprescindível assumirmos a vida
dispostos à experiência do amor diante do império de intolerância e de morte.
Nossas ações devem revelar uma vida livre e construtora de uma nova realidade,
de relacionamento e de compromisso com o próximo.
Nos últimos anos, alastra-se mundo afora determinada cultura defensora
do indiferentismo. Pessoas são violentadas, traficadas, assassinadas e crianças
são abortadas; nós fingimos que tudo isso não tem nada a ver conosco. Se à
nossa volta a imensa maioria das pessoas afirma crer, na prática, muitas vezes,
vive-se uma fé infantil. Essa postura reflete-se, também, na moral cristã.
Declarações oficiais da Igreja são relativizadas ou ignoradas até mesmo
por pessoas que têm prática religiosa com certa regularidade. A
superficialidade religiosa reflete-se na superficialidade dos comportamentos.
Viver a partir de uma atitude individualista e irresponsável diante do outro é
morrer para uma experiência de autenticidade.
A verdadeira liberdade nada mais é do que um sinal eminente da
consciência no homem, pois ela, inclusive, deixa ao homem o poder de decidir.
Diante de uma proposta nova e radical para a experiência existencial dos seres
humanos, a verdadeira liberdade conduz a pessoa a assumir com responsabilidade
a vida. Isso significa uma verdadeira adesão e compreensão de uma maneira nova
de ver a si mesmo, os outros e as relações humanas.
Padre Edir
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