Pelo Sacramento da Reconciliação, o cristão recebe da misericórdia de
Deus o perdão de seus pecados e, ao mesmo tempo, é reconciliado com a Igreja, à
qual feriu com o pecado.
O pecado é uma ofensa a Deus; somente Ele pode perdoá-lo! Jesus, Deus
bendito, tem o poder de perdoar os pecados: “O Filho do homem tem o poder de
perdoar os pecados sobre a terra” (Mc 2,10). Esse poder Ele concedeu à Igreja,
para que o exerça em seu nome: “Tudo isso vem de Deus, que nos reconciliou
consigo por Cristo e nos confiou o ministério da reconciliação” (2Cor 5,18). Na
potência do Espírito do Cristo ressuscitado, a Igreja continua a obra de Jesus
de perdoar, em seu nome, os pecados.
Existe remédio para o pecado? Sim! Uma contínua conversão pela
penitência, pelas atitudes que revelam mudança interior, conversão do coração.
“A penitência interior é uma radical reorientação de vida, um retorno a Deus
com todo coração, uma ruptura e aversão ao pecado, juntamente com a reprovação
das más ações que cometemos” (n. 1421).
O Sacramento da Penitência insere-se numa atitude mais ampla de volta a
Deus e no profundo sentido existencial de que somos pecadores. O pecado é uma
ruptura da comunhão com Deus. Ele nos desarruma interiormente e nos faz também
romper com os irmãos na fé. O pecado provoca sempre uma ferida não só em nós
mesmos, mas também em todo o Corpo de Cristo, que é a Igreja: eu me torno um
membro ferido do Corpo de Cristo, prejudicando todo o Corpo do Senhor.
Assim, o perdão nos restitui a amizade e a graça de Deus, dando-nos a
verdadeira paz interior, uma verdadeira ressurreição espiritual. O Sacramento
também nos reconcilia com a Igreja, comunhão dos irmãos em Cristo. A
Reconciliação fortalece também a Igreja, pois cada membro seu que é curado
fortalece todo o Corpo de Cristo.
O sacramento deixa-nos mais forte no combate contra o pecado e as más
tendências! A Igreja pede que, pelo menos uma vez ao ano, na Páscoa do Senhor,
nos confessemos e comunguemos. Isso é o mínimo! Quem ama não dá só mínimo.
Assim, o Sacramento da Confissão é um meio de caridade que nos
reconcilia com Deus, com a comunidade e conosco mesmo. Isso é de suma
importância para a caminhada cristã e para o nosso processo de conversão.
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