Quando ouvimos a palavra esmola, vem logo a nossa cabeça algumas moedas ou um trocadinho que tiramos do bolso para dar a um pedinte. Precisamos assistir aos nossos irmãos nas suas necessidades; a fome não espera, mas esmola é muito mais que assistencialismo; é dar vida, dignidade; tirar o irmão da situação em que se encontra.
Dar algo material é muito mais fácil e cômodo do que dar de si, do seu tempo, das suas capacidades, daquilo que você sabe fazer e, principalmente, do amor humano carregado do amor Divino.
A Oração celebra o relacionamento do Homem com Deus e os frutos dela fazem o homem abrir não somente as mãos, mas os braços e o coração. A esmola celebra o relacionamento do homem com o seu próximo, na virtude teologal da Caridade.
Dar esmola significa dar de graça, dar sem interesse em receber de volta; dar sem egoísmo, sem pedir recompensa, em atitude de compaixão, imitando o próprio Deus no mistério da criação e Jesus Cristo, no mistério da Redenção.
O homem recebeu tudo do seu criador. Ora, se Deus dá de graça e se o homem é criado à sua imagem e semelhança, se Cristo se doou totalmente, dando sua vida, também ele será capaz de dar de graça.
Quando a Igreja convida os fieis a exercerem a esmola durante a Quaresma, sabe muito bem que não é pela esmola em si que ela vai resolver os problemas sociais, mas sabe também que é pelo que a esmola significa que ela vai realizar uma verdadeira promoção humana.
Portanto, não é a quantia que importa, mas o que o gesto significa. Exercitando a atitude da esmola durante a Quaresma, a Igreja quer levar os cristãos a viverem essa atitude durante todo o ano, durante toda a vida. Descobrimos, então, que nesse exercício está contida a atitude de conversão, em relação ao próximo.
Padre Luizinho
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