Tenho uma samambaia renda portuguesa que é muito bonita. Ela decora minha casa e retribui com beleza toda água e adubo que coloco em seu solo. Porém ela tem uma grande fraqueza: as lagartas adoram suas folhas.
Quase todos os dias, tenho que verificar se não há lagartas ali. Se viajo, então, o ataque é certeiro... Parece que a borboleta sabe quando não estou vigilante. Apesar disso, o próprio bichinho me sinaliza em que lado da planta está, deixando cair debaixo da folha na qual se encontra um monte de pontinhos pretos e pedacinhos de folha. Assim, vou sempre direto ao ponto e acabo com a pequena inimiga.
A nossa vida também é assim: uma planta bonita, mas frágil; ela precisa de cuidados frequentes: oração e vigilância. Se não quisermos perder todo o nosso vigor, precisamos matar diariamente as lagartas do pecado. Aquelas que sugam a nossa seiva, deixam um rastro de destruição em nossas vidas e famílias e devastam a nossa paz.
Estamos na Quaresma: tempo de matar nossas lagartas. Tempo de verificar todas as nossas folhas e ver onde o inimigo tem botado pequeninos ovos que irão se transformar em grandes larvas. É tempo de inspecionar cada cantinho de nossa vida para descobrir onde o mal se esconde e acabar com ele; tempo de nos prepararmos para fazer uma boa confissão e por fim em tudo aquilo que impede que nossos ramos cresçam viçosos e produzam beleza para todos.
A borboleta do mal voltará novamente? Claro que sim! Mas vamos lutar por nossa vida ou vamos nos entregar de vez à fome do mal? Se uma simples samambaia merece atenção diária, quanto mais a nossa alma! Com oração, firmeza e vigilância, seremos vitoriosos porque “em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou” (Romanos 8, 37).
Cida Zolnier
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