Preocupa-me a situação da juventude de nossa cidade, especialmente de nossa Paróquia de São João Batista. Vêm-me à mente os vários relatos de mães, cujos filhos estão presos, no mundo das drogas ou foram assassinados. Penso sobre as inúmeras manchetes dos jornais locais envolvendo crimes praticados por jovens e os inúmeros acidentes sofridos por eles.
Como pároco de São João Batista, vejo-me angustiado e, como tantas pessoas, vejo-me também paralisado, muitas vezes desorientado diante de questões tão cruciais. Mas sei que o tempo que perdemos na inatividade frente a tais questões é tempo que custa o futuro e a vida de nossas crianças, adolescentes e jovens. O que faremos por eles?
Sei que podemos dizer que o problema é estrutural, que depende de políticas governamentais, de distribuição de renda e tantas coisas mais, mas ainda assim penso que o conformismo custará caro demais a todos nós. Por isso, acredito que deve haver saídas que estão ao nosso alcance, que há algo que Viçosa e nós, seus moradores, autoridades, trabalhadores, igrejas e toda gente de boa-vontade, possamos fazer.
Educação, escola, trabalho, família, dignidade, lazer, fé... Sabemos que a solução está por aí. Precisamos pensar juntos, trabalhar juntos, propor, buscar alternativas que tragam possibilidades de um futuro melhor para nossos jovens. Uma cidade que acolhe jovens de todo o país e até do exterior, o que oferecerá para seus filhos empobrecidos? Deixará morrer à míngua os próprios filhos quem oferece futuro aos filhos alheios?
Não poderia esta cidade universitária colher frutos do seu maior trunfo, a UFV, para oferecê-los a quem nem sequer sonha poder usufruir de seus benefícios? Precisamos de respostas, de caminhos, pois angústias apenas não tornarão o futuro mais promissor para nossos jovens irmãos.
Padre Walter
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